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Normalidade com os pequenos diabéticos

Pais devem tratar diabetes infantil com normalidade, diz especialista.
Restrições alimentares e adaptação a uma nova rotina de vida são essenciais no tratamento das crianças que têm diabetes.
Fonte: Universidade Metodista de São Paulo

Chocolate, bala, chiclete, pirulito e sorvete. Quem consegue resistir a tantos doces? Para muitos é impossível ficar um dia sem comer pelo menos um docinho. As crianças, então, sofrem ainda mais com a ausência deles. O diabetes é uma alteração na produção do hormônio insulina produzida pelo pâncreas ou, então, uma resistência à ação da insulina produzida pelo organismo. É esse hormônio que ajuda a transformar o açúcar em energia para o funcionamento do corpo. Segundo dados divulgados pela Sociedade Brasileira de Diabetes, atualmente a doença atinge dez milhões de pessoas no país e desse total, 5% são crianças e adolescentes. Mas apesar de ser um problema comum, muitos pais ainda têm dificuldades em aceitar isso. Para Rosemeire Aparecida dos Santos, psicóloga infantil de São Bernardo, o assunto deve ser tratado com o máximo de normalidade possível. “Antes de tudo é preciso encarar o problema de forma positiva na frente da criança. Chorar, sofrer e dramatizar são os primeiros erros que os pais cometem. Se eles não se sentem seguros para conversar sobre o assunto o melhor a fazer é procurar um profissional especializado que ele terá uma melhor didática para falar”. Um fator importante que também auxiliará no tratamento dos filhos é que os pais tenham conhecimento sobre a doença. É necessário saber que existe dois tipos de diabetes, a do tipo 1 e a do tipo 2. A primeira é a mais comum em crianças, e pode surgir desde as primeiras semanas de nascimento até os 35 anos de idade, porém é na faixa dos cinco aos sete anos e durante a puberdade que a doença tende a ser mais comum, como foi o caso de Pedro. “O diabetes infantil, ou tipo 1, ao contrario do diabetes do adulto, não ocorre pela obesidade. Ele é uma doença, provavelmente, auto-imune em que as células do pâncreas que fazem insulina são destruídas. Em geral as crianças diabéticas são magras e inclusive emagrecem muito na ocasião do diagnostico”, explica a endocrinologista Maria Bitelli, do Hospital e Maternidade Neomater. Já o diabetes do tipo 2 é hereditário e aparece quando as células resistem à ação da insulina. Antigamente era uma doença de adultos, mas com a elevação das taxas de obesidade infantil associada a um ritmo de vida sedentário e os maus hábitos alimentares, os casos da aumentaram entre crianças. Os pais também não podem esquecer que a base de todo o tratamento é o controle da alimentação, pois comidas ricas em carboidratos e açúcares podem elevar o nível de glicose no sangue o que pode trazer sérios riscos à saúde. Como auxilio a esta nova rotina dos filhos, a endocrinologista recomenda que os pais também passem por este processo de reeducação alimentar, pois geralmente os filhos acompanham o ritmo da casa. Para que os pais não tenham dificuldades em criar um cardápio adequado às condições de seus filhos endocrinologista Maria Bitelli conta que não é necessário impedir que eles comam doces ou carboidratos, pois atualmente há formas de se controlar os níveis de glicose comendo de tudo. “Nós indicamos hoje aos pacientes uma dieta que chamamos de contagem de carboidratos, nela todos os alimentos são permitidos desde que estejam na quantidade adequada e calculada para cada paciente de acordo com o peso, altura, idade e atividade física”. Além de todos estes cuidados é necessário que haja um diálogo com a criança para que se explique o que está acontecendo. “O ideal é informar de uma forma sucinta, clara e objetiva focando nas restrições alimentares. Afinal, hoje em dia, o diabetes é uma doença facilmente controlada”, diz a psicóloga Rosemeire, que também alerta os pais para terem cuidado com as palavras, pois iniciar uma conversa informando à criança que ela está doente pode assustá-la. O mais importante no tratamento da doença é que sempre exista uma conscientização do problema, tanto por parte dos filhos como dos pais, pois desta forma é possível amenizar os riscos oferecidos pelo diabetes ou pelo menos conviver em harmonia com ele.

Grazielle de Carvalho Santos - grazielle.c.santos@hotmail.com
Colaboradora do GAAD

Comentários

  1. Muito boa a matéria, explica direitinho os cuidados e macetes que a família que acompanha a criança diabética deve ter.
    Parabéns Grazielle!

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  2. Interessante a matéria. A contagem de carboidrato ajuda em muito o controle do diabetes.Senti issoa partir do momento em que aminha filha começou a fazer. Buscar informação é importante, mas tb conviver com outras pessoas que tb são diabéticas nos ajuda (nós mães) a entender e melhor ajudar nossos filhos. E tb não fazer da doença um bicho papão ajuda aos diabéticos a enfrentar a situação. Grande abraço e parabêns pela matéria.

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  3. O importante é a Conscientização tanto para o diabético, como para os familiares tb!abraços a todos

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  4. Muito boa matéria!!!
    Viva a contagem de Chos.
    Bjuuss

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