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Novo medicamento promete revolucionar o tratamento do diabetes

Vem do Rio Grande do Sul o mais recente alento para quem luta contra o diabetes tipo 2, que atinge 15% da população mundial acima de 65 anos.
Depois de 10 anos de estudos, um químico gaúcho desenvolveu um novo medicamento para combater a enfermidade. O remédio, que promete revolucionar o tratamento da doença, tem como base uma substância especial chamada resveratrol, encontrada na uva, no suco da fruta e no vinho tinto.

Uma década atrás, o pesquisador André Arigony Souto, 43 anos, fazia as primeiras pesquisas no Laboratório de Química da PUCRS para identificar a concentração de resveratrol nos vinhos brasileiros. Na ocasião, sabia-se apenas que se tratava de uma substância antioxidante, capaz de bloquear os efeitos danosos dos radicais livres. Hoje, novos estudos revelam que ela atua diretamente em uma proteína chamada sirtuína, responsável pelo equilíbrio celular.
Na época, ao analisar uma amostragem de 36 tipos da bebida, o químico concluiu que o destilado nacional só ficava atrás do francês em relação à quantidade da substância, mas constatou um problema: se ingerido a partir da bebida ou mesmo da fruta, o composto oferecia benefícios apenas transitórios no organismo, por permanecer durante pouco tempo no corpo.
– Seria preciso beber umas cem garrafas de vinho por dia para ter um ganho maior, mas aí haveria os malefícios do álcool – explica Arigony.

Para potencializar o poder do resveratrol, a solução encontrada pelo cientista foi desenvolver uma capa – ou uma molécula, no termo químico – para envolver o produto e liberá-lo de forma gradual no organismo, prolongando seus efeitos. Essa primeira parte do estudo recebeu R$ 100 mil da Fundação de Amparo à Pesquisa no Rio Grande do Sul (Fapergs) e contou com a participação de alunos de graduação, mestrado e doutorado.
Depois de conseguir inserir a substância em cápsulas, o professor decidiu dar um passo adiante, com a ajuda de outros especialistas. Ciente de que o resveratrol poderia ser usado em diferentes medicamentos, Arigony optou por desenvolver um remédio para tratar diabéticos do tipo 2.
– Já se sabia que o resveratrol tinha a capacidade de controlar a concentração de açúcar no sangue, só que ninguém havia colocado isso em prática ainda – contou.

Com patente garantida, a novidade foi licenciada para um grande laboratório brasileiro e, em março, foram iniciados os experimentos em camundongos. Conforme o professor de clínica médica da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Mario Saad, que está testando a formulação em ratos a pedido de Arigony, os resultados são promissores:
– O preparado realmente está reduzindo as taxas de glicemia dos animais sem ter efeitos colaterais.

Concluída essa fase, estão programados para começar no fim deste ano os experimentos com pessoas. Depois disso, com aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o medicamento ganhará as prateleiras das farmácias.
– O ideal seria desenvolvermos um medicamento multiativo, capaz de agir sobre as doenças que começam a aparecer com o envelhecimento. Esse vai ser meu novo desafio – afirma Arigony.

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