Pular para o conteúdo principal

Obesidade e diabetes dobram os riscos de insuficiência cardíaca

A "epidemia" dupla de obesidade e diabetes tipo 2 continuará a alimentar uma explosão dos casos de insuficiência cardíaca, segundo o cardiologista John McMurray, presidente da Associação Europeia de Insuficiência Cardíaca. Em palestra ministrada no final de maio no Heart Failure Congress 2009, realizado na França, o especialista destacou que o excesso de peso e o diabetes dobram os riscos de insuficiência cardíaca - doença cardiovascular crônica mais prevalente do mundo - e a tornam mais difícil de ser tratada.
Ele relata que um terço dos pacientes com insuficiência cardíaca tem evidências de diabetes; e, para essas pessoas, as perspectivas são sérias e o tratamento mais difícil. Além disso, a obesidade está aumentando em prevalência - segundo a maior pesquisa europeia sobre os fatores de risco cardiovascular em pacientes coronários, a obesidade aumentou de 25% no ano de 1997, para 38% em apenas dez anos para aqueles que já sofreram infarto.

Os pesquisadores destacam que a obesidade mais do que dobra os riscos de insuficiência cardíaca. E, embora os mecanismos envolvidos nessa relação não sejam totalmente entendidos, estudos indicam que há um efeito indireto via hipertensão, infarto ou diabetes, e um efeito direto sobre o músculo cardíaco.
"Sabemos que as mudanças subjacentes na estrutura e na função do coração podem ser diferentes em pacientes obesos e nos não-obesos com insuficiência cardíaca", explica o especialista. "E ainda mais intrigante é que as células adiposas podem agir como um tecido endócrino, secretando substâncias que podem ter um efeito prejudicial no tecido cardíaco e nos vasos sanguíneos".
Os especialistas relatam que, como a obesidade, o diabetes dobra os riscos de insuficiência cardíaca. Além disso, os pacientes com insuficiência cardíaca que têm também diabetes apresentariam piores sintomas e maior risco de hospitalização e morte do que os pacientes não-diabéticos. E há, ainda, uma interseção entre as duas condições, com os diabéticos tendo maior risco de ter insuficiência cardíaca, e aqueles com insuficiência cardíaca apresentando mais chances de ter diabetes. "Mas, seja qual for o fator causal, é uma notícia muito ruim para aqueles com ambas as condições", conclui o pesquisador.

O Pantaneiro - De Portal UOL
ESC Press release Heart Failure Congress 2009

Comentários

  1. Tenho navegado na Internet em vários blogs e sites sobre obesidade, e este artigo chamou-me a atenção. Gostei especialmente da imagem do seu blog, bastante profissional e organizado.
    Por isso, desde já os meus sinceros parabéns.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

O GAAD Brasil - Grupo de Apoio aos Amigos Diabéticos fica muito feliz em saber que nosso esforço e dedicação à informação deixa pessoas como você satisfeitas em comentar este assunto!

Obs.: As opiniões e textos expressos publicados nos comentários, são de responsabilidade daqueles que a assinam (ou de seu IP).

Postagens mais visitadas deste blog

ALIMENTOS - MITOS E VERDADES PARA OS DIABÉTICOS

Muitas pessoas acreditam que o fato de um alimento ser natural significa que é seguro e eficiente. Vejamos alguns exemplos de mitos e verdades a respeito deles. Mitos Diabético não pode comer beterraba; Diabético não pode comer batata e arroz junto; Diabético não pode comer arroz e macarrão; O diabético não deve comer caqui, pois é muito doce; Substituir o leite por café; Caldo de cana e água de coco são naturais, portanto o diabético pode beber a vontade; Água tônica é amarga e o diabético pode beber sem problemas; Suco de fruta é natural, portanto o diabético deve usar e abusar; Açúcar causa diabetes; Não beber refrigerante dietético; Beber muita água dá diabetes; O diabético não pode comer aipim e nem farofa; Banana faz mal ao diabético; Mel e açúcar mascavo são naturais. Sendo assim, diabético pode usar; Fritura faz mal, mas se

Quais os direitos dos portadores de diabetes no Brasil?

Organizações de todo o Brasil há muitos anos vem se preocupando em esclarecer aos portadores de diabetes, familiares e comunidade em geral, que os cuidados com a diabetes envolvem a educação em diabetes, o tratamento adequado e o conseqüente acesso ao mesmo. A saúde é direito de todos e dever do Estado , segundo determina nossa Constituição Federal ( artigo 196 e seguintes), chamada de constituição cidadã, e a Lei Orgânica da Saúde, Lei 8080/90 (artigo 7º,I). Nesse sentido, qualquer cidadão tem o direito de ser atendido pelo sistema público de saúde sempre que necessário para a proteção ou recuperação de sua saúde . Uma das diretrizes do SUS – Sistema Único de Saúde é justamente o atendimento integral, que consiste no fornecimento tanto das ações e serviços de saúde preventivos como dos assistenciais ou curativos (artigo 198, II da Constituição Federal; artigos 5º, II e 7º, II da Lei 8080/90). Sabemos que colocar isto em prática não é fácil para o cidadão. O atendimento e a bus

10 coisas que você precisa saber sobre o diabetes

  O diabetes se caracteriza pela deficiência de produção e/ou de ação da insulina. O diabetes tipo 1 é resultante da destruição autoimune das células produtoras de insulina. O diagnóstico desse tipo de diabetes acontece, em geral, durante a infância e a adolescência, mas pode também ocorrer em outras faixas etárias. Já no diabetes tipo 2, o pâncreas produz insulina, mas há incapacidade de absorção das células musculares e adiposas. Esse tipo de diabetes é mais comum em pessoas com mais de 40 anos, acima do peso, sedentárias, sem hábitos saudáveis de alimentação, mas também pode ocorrer em jovens. Confira 10 coisas que você precisa saber sobre os dois tipos mais comuns de diabetes: 1. No tratamento do diabetes, o ideal é que a glicose fique entre 70 e 100mg/dL.  A partir de 100mg/dL  em jejum ou 140mg/dL duas horas após as refeições, considera-se hiperglicemia e, abaixo de 70mg/dL, hipoglicemia. Se a glicose permanecer alta demais por muito tempo, haverá mais possibilidade de