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ESPECIAL DE DOMINGO: Colesterol, das gorduras aos ataques cardíacos

Quando pensamos sobre o colesterol, logo lembramos de comidas gordurosas e problemas cardíacos, mas isso não chega aos pés da complexidade desta gordura. Sim, níveis elevados de colesterol fazem mal, e 34 milhões de estadunidenses têm este problema, que pode causar várias complicações, como ataques cardíacos.

Entretanto, existe também o outro lado do problema: os níveis de colesterol podem ser muito baixos para algumas pessoas, e outras simplesmente não conseguem baixar os níveis. Para estas pessoas, o problema pode ser genético, e o LDL, o tipo de colesterol que faz mal, tem uma tendência a estar sempre presente. Esta doença, conhecida como hipercolesterolemia familiar, afeta uma em cada 500 pessoas, e pode fazer com que os níveis do LDL cheguem a 600 ml/dL – o normal para um adulto saudável é de cerca de 200ml/dL. Em alguns casos, o nível de colesterol pode ser tão alto que ele cria depósitos de gordura na pele.

Algumas pessoas com hipercolesterolemia familiar herdam dois genes defeituosos, e têm uma condição muito rara, que afeta apenas uma em um milhão de pessoas. Este problema pode causar níveis de colesterol acima de 1000ml/dL, causando mortes prematuras, geralmente antes dos 20 anos.

Muito colesterol ou pouco colesterol
Mesmo sem estar aparente na pele, nos coágulos chamados de xantomas, o colesterol alto ainda assim pode se acumular no corpo. O LDL se prende às paredes das artérias, causando uma placa espessa que pode afinar as artérias, impedindo o fluxo adequado de sangue, e podendo causar coágulos. As artérias ficam mais espessas e rígidas, e começam a ficar amareladas, como o colesterol. Se você pudesse olhar dentro de uma artéria entupida com colesterol, pareceria que ela estava coberta com manteiga, por exemplo.

O problema do colesterol alto é que o diagnóstico só pode ser feito por um médico, já que ele não dá sinais aparentes para que o paciente sinta que há algo de errado, exceto no caso em que as xantomas aparecem na pele. Neste caso, os sinais podem aparecer em todo o corpo, como nas juntas, nas mãos e nas pálpebras – embora nem todos os xantomas que aparecem nesta região aconteçam devido ao colesterol alto. Geralmente os xantomas aparecem em pessoas mais velhas e naquelas que têm outros problemas de saúde, como diabetes.

O colesterol alto também pode causar disfunção erétil, problemas nos fígados e até mesmo síndrome de Alzheimer. Além disso, um estudo publicado em 2009 aponta que dietas ricas em colesterol podem estar ligadas ao desenvolvimento de cirrose e câncer de fígado. De acordo com um estudo realizado em 2005 na Suécia, homens com níveis altos de colesterol têm 4,5 vezes mais chances de desenvolver câncer nos testículos.

Os níveis altos de colesterol são sempre acusados de causar problemas, mas poucas pessoas sabem que níveis muitos baixos dessa gordura também podem ser pouco saudáveis. Especialistas recomendam que os níveis fiquem em cerca de 200ml/dL, porém, abaixo de 160ml/dL, o colesterol é associado a uma série de riscos de saúde, como o câncer. Entretanto, médicos não sabem se os problemas cardíacos causam o baixo colesterol ou vice-versa, e nem mesmo se há uma relação clara entre os dois.

Pesquisas mostram que algumas mulheres grávidas com colesterol baixo têm maiores chances de ter filhos prematuramente. Além disso, os níveis baixos do LDL já foram ligados à ansiedade e depressão.

Boas notícias e novidades
Nem tudo sobre o colesterol é ruim: uma boa notícia é que os níveis de colesterol médio das pessoas vem diminuindo, mesmo com o aumento do número de pessoas obesas em todo o mundo. No início da década de 60, a média dos níveis de colesterol era de 222ml/dL, e 77% das pessoas entre 20 e 74 anos tinham níveis altos, acima de 140ml/dL. De 2003 a 2006, cerca de 16% das pessoas tinham o colesterol alto, e a média era de 200ml/dL. Os problemas causados pelo colesterol eram desconhecidos há 50 anos, e especialistas acreditam que os níveis médios da gordura vêm caindo por causa do aumento de conscientização da população.

Médicos geralmente recomendam exercício físicos como parte de uma mudança nos hábitos de saúde, e acreditam que isso pode ajudar, sozinho, a diminuir o colesterol. Entretanto, um estudo recente sugere que exercícios podem ter efeitos diferentes sobre o colesterol, de acordo com características pessoais. Os participantes do estudo foram acompanhados durante nove anos, e aqueles que realizavam meia hora de exercícios moderados semanalmente apresentaram aumentos no colesterol HDL, conhecido como o colesterol “bom”. Porém, os níveis do LDL baixaram apenas em mulheres, e o colesterol total baixou apenas nas mulheres negras.

Cuidados com a comida
Tome muito cuidado com comidas sem colesterol: ele é produzido pelo fígado dos animais, e é encontrado apenas em alimentos de origem animal, como carnes, leite e ovos. Certos produtos realmente não têm colesterol, mas isso não significa que eles não farão mal aos níveis do LDL no seu sangue.

Muitas comidas industrializadas contêm gorduras trans, que causam o aumento do colesterol, mas ainda assim são “livres de colesterol”. Por este motivo, é importante sempre prestar atenção aos rótulos e às informações nutricionais dos alimentos consumidos, analisando as quantidades de gorduras assim como as de colesterol.

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