Pular para o conteúdo principal

Estudo: A poluição e o tráfego podem causar diabetes

A poluição atmosférica urbana – especialmente as partículas e gases liberados no ar graças ao tráfego de veículos pesados – podem aumentar o risco que uma pessoa tem de desenvolver diabetes tipo 2.

O estudo alemão, se confirmado, demonstra que a poluição representa um fator de risco potencialmente modificável para o distúrbio metabólico.

Mas como a poluição leva à diabetes? Ela provoca inflamações crônica de baixo nível. Embora possa ser uma resposta normal do organismo a uma infecção, a inflamação crônica pode danificar os tecidos e exaurir o corpo. Vários estudos têm relacionado poluentes inflamatórios com diabetes, mas nunca, como no estudo recente, em participantes saudáveis.

Os pesquisadores analisaram dados de 1.775 mulheres, todas com cerca de 55 anos e saudáveis quando entraram pro estudo. Ao longo do período, vários marcadores de inflamação foram medidos nas mulheres, principalmente o fator C3, ou C3c, que é uma proteína produzida pelo fígado em resposta à infecção ou outras fontes de inflamação.

O novo estudo também reuniu dados sobre a poluição a qual as mulheres tinham sido expostas. Em alguns casos, as concentrações foram medidas diretamente, por exemplo, através de estações de monitoramento do ar urbano; em outros casos a poluição do ar foi deduzida (com base na distância entre a casa de uma mulher e a estrada de tráfego intenso, por exemplo).

Ao longo do estudo, 187 participantes desenvolveram diabetes tipo 2. Quanto mais poluição uma mulher enfrentou, maior era sua chance de desenvolver diabetes. No entanto, as concentrações sanguíneas de C3c pareceram desempenhar um papel importante em sua vulnerabilidade. Na verdade, observam os pesquisadores, na maioria dos casos um risco elevado de diabetes tipo 2 era presente em mulheres com C3c alto no início.

Os pesquisadores afirmam que é “biologicamente plausível” que os poluentes do ar provoquem uma resposta imunológica no pulmão que depois se espalha para outras partes do corpo e torna-se aparente em níveis cronicamente elevados de marcadores pró-inflamatórios na circulação. Essa inflamação crônica pode também criar um ciclo vicioso, tornando pacientes afetados pela poluição do ar cada vez mais vulneráveis.

Quando mais poluída a região, o risco de diabetes aumenta cerca de 15%. No entanto, essa ligação só é válida para os participantes mais modestos. Participantes ricos que vivem em ruas movimentadas não mostraram vulnerabilidade semelhante à diabetes.

Os pesquisadores imaginam diversas razões; eles podem escolher apartamentos com janelas diferentes, que mantêm a maior parte da poluição fora do ambiente interior de suas residências. Ou eles podem usar ar condicionado no verão, e podem ter vivido em andares superiores de edifícios altos, bem acima da poluição. Também são mais propensos a ter um carro, que lhes permite evitar andar a pé na rua, o que de fato exagera a exposição ao tráfego, entre outras coisas.

Se a relação entre poluição e diabetes for confirmada, poderia ajudar a explicar porque a doença é mais frequente em áreas urbanas do que rurais. No passado, os elos entre urbanização e diabetes tinham sido atribuídos em grande parte às mudanças de estilo de vida das pessoas, como dieta e atividade física.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

ALIMENTOS - MITOS E VERDADES PARA OS DIABÉTICOS

Muitas pessoas acreditam que o fato de um alimento ser natural significa que é seguro e eficiente. Vejamos alguns exemplos de mitos e verdades a respeito deles. Mitos Diabético não pode comer beterraba; Diabético não pode comer batata e arroz junto; Diabético não pode comer arroz e macarrão; O diabético não deve comer caqui, pois é muito doce; Substituir o leite por café; Caldo de cana e água de coco são naturais, portanto o diabético pode beber a vontade; Água tônica é amarga e o diabético pode beber sem problemas; Suco de fruta é natural, portanto o diabético deve usar e abusar; Açúcar causa diabetes; Não beber refrigerante dietético; Beber muita água dá diabetes; O diabético não pode comer aipim e nem farofa; Banana faz mal ao diabético; Mel e açúcar mascavo são naturais. Sendo assim, diabético pode usar; Fritura faz mal, mas se

Quais os direitos dos portadores de diabetes no Brasil?

Organizações de todo o Brasil há muitos anos vem se preocupando em esclarecer aos portadores de diabetes, familiares e comunidade em geral, que os cuidados com a diabetes envolvem a educação em diabetes, o tratamento adequado e o conseqüente acesso ao mesmo. A saúde é direito de todos e dever do Estado , segundo determina nossa Constituição Federal ( artigo 196 e seguintes), chamada de constituição cidadã, e a Lei Orgânica da Saúde, Lei 8080/90 (artigo 7º,I). Nesse sentido, qualquer cidadão tem o direito de ser atendido pelo sistema público de saúde sempre que necessário para a proteção ou recuperação de sua saúde . Uma das diretrizes do SUS – Sistema Único de Saúde é justamente o atendimento integral, que consiste no fornecimento tanto das ações e serviços de saúde preventivos como dos assistenciais ou curativos (artigo 198, II da Constituição Federal; artigos 5º, II e 7º, II da Lei 8080/90). Sabemos que colocar isto em prática não é fácil para o cidadão. O atendimento e a bus

10 coisas que você precisa saber sobre o diabetes

  O diabetes se caracteriza pela deficiência de produção e/ou de ação da insulina. O diabetes tipo 1 é resultante da destruição autoimune das células produtoras de insulina. O diagnóstico desse tipo de diabetes acontece, em geral, durante a infância e a adolescência, mas pode também ocorrer em outras faixas etárias. Já no diabetes tipo 2, o pâncreas produz insulina, mas há incapacidade de absorção das células musculares e adiposas. Esse tipo de diabetes é mais comum em pessoas com mais de 40 anos, acima do peso, sedentárias, sem hábitos saudáveis de alimentação, mas também pode ocorrer em jovens. Confira 10 coisas que você precisa saber sobre os dois tipos mais comuns de diabetes: 1. No tratamento do diabetes, o ideal é que a glicose fique entre 70 e 100mg/dL.  A partir de 100mg/dL  em jejum ou 140mg/dL duas horas após as refeições, considera-se hiperglicemia e, abaixo de 70mg/dL, hipoglicemia. Se a glicose permanecer alta demais por muito tempo, haverá mais possibilidade de