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Os cuidados na hora das viagens, festas e férias

Viagens, festas e férias são motivos de preocupações para os pais e pacientes com diabetes Mellitus tipo 1 (DM1), dependente de insulina. Isso porque nesses períodos e ocasiões a rotina dos pacientes é alterada. Alimentação e o transporte do medicamento são as principais razões que devem ser tratadas com cautela e prioridade.

A primeira conduta do paciente ou dos pais é passar por uma consulta com seu médico e nutricionista e realizar exame clínico e laboratorial antes das viagens. O objetivo é assegurar uma maior tranqüilidade. Médicos especialistas orientam os pacientes a sempre carregar uma quantidade maior de tiras de teste, devido às possíveis eventualidades.

O avanço tecnológico que propicia a auto-monitorização contribui para uma melhor qualidade de vida dos pacientes e facilita imensamente as mudanças relacionadas às viagens e ao fuso horário.

Alguns conselhos elaborados por profissionais da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD):

- Consulte seu Médico antes de viajar.

- Se você planeja sair de férias, vá ao médico com alguma antecedência. Ele fará uma reavaliação do seu grau de controle e poderá dar-lhe alguns conselhos e informações úteis. Por exemplo: endereços e telefones de bons médicos e hospitais em seu local de destino. Outra coisa importante é obter um relatório que contenha os dados mais importantes referentes a seu estado de saúde, como a existência ou não de complicações e o esquema de medicamentos em uso. Essas informações podem ser decisivas em caso de emergência.

- Faça uma Provisão de Artigos de Primeira Necessidade. Um cartão de identificação, contendo seu nome, endereço e telefone residenciais; nome e telefones de seu médico; medicação em uso e advertências para situações especiais - complicações, alergias e outras ocorrências. É bom mencionar possíveis contatos com pessoas nas cidades que está visitando.

- Uma provisão de insulinas, seringas e outros medicamentos que você use. Calcule essa provisão com folga de uma semana.

- Bloqueador solar. Lembre-se de que é preciso cuidado para prevenir queimaduras.

- Sapatos confortáveis. Não descuide, pois lesões nos pés geram um problema sério. Não vá estrear sapatos num momento que, em geral, propicia caminhadas mais longas.

- Uma provisão suficiente de fitas diagnósticas para testes de glicosúria, cetonúria ou glicemia. Se você monitoriza o açúcar do sangue com um glicosímetro, leve-o junto com uma bateria sobressalente.

- Algodão e álcool para antisepsia. Se for o seu caso, não se esqueça da lanceta para colher sangue no dedo.

- Um suprimento de alimentos fáceis de carregar: uva passa, tabletes de açúcar, biscoitos. Isso pode ser importante se as condições de viagem acarretarem retardamento das refeições ou maior nível de exercícios físicos. Um ou dois frascos de Glucagon. Dispor desse medicamento pode ser importante se você tiver uma hipoglicemia e não puder se alimentar - no caso de náuseas, por exemplo.

- Leve esses suprimentos numa pequena valise ou frasqueira de mão. Não os despache com sua bagagem, por duas razões: primeiro, porque não é incomum o extravio de bagagem despachada; segundo, porque as diferenças de temperatura nos locais de armazenamento de bagagem podem alterar a atividade dos seus medicamentos, notadamente a insulina. 3. Comunique-se.

Se você viaja pelo Brasil, comunicação não é problema. Mas se vai para o exterior, é importante que tenha meios de expressar necessidades médicas imediatas na língua local.

Um bom recurso é utilizar uma tradução para o inglês dos dados constantes em seu relatório médico e em seu cartão de identificação. O inglês é uma língua universal e, na maioria dos hotéis e hospitais, sempre há alguém que o entenda.

É interessante, também, levar cartões escritos contendo algumas frases básicas na língua local que traduzam necessidades imediatas.
Informe-se sobre Possíveis Diferenças de Estilo de Vida.

Antes de sair, discuta com seu médico as adaptações que podem ser necessárias para ajustar sua rotina a certas diferenças de estilo. Por exemplo, se você é do interior e vai passar as férias numa praia do Nordeste, irá comer mais peixe e, talvez, mais gordura do que em sua casa. Se for visitar outros países, procure informar-se sobre os hábitos alimentares locais. Por exemplo, na Espanha o jantar é bem mais tarde do que estamos acostumados e na Austrália, bem mais cedo. Pode haver necessidade de mudar seu horário de insulina.

As viagens também afetam seu programa habitual de exercícios físicos. Uma viagem turística, por exemplo, propicia a realização de longos passeios a pé. Isso pode afetar seu controle da glicose e requer que você leve consigo algum alimento, para o caso de uma reação hipoglicêmica. No outro extremo, a imobilidade prolongada imposta por longos trajetos de carro, trem, ônibus ou avião pode trazer sobrecarga à sua circulação periférica.

Lembre-se disto e programe paradas para "esticar as pernas", ou passeie pelo espaço disponível a intervalos regulares.

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