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50% dos diabéticos não atingem o nível desejado de glicose

Menos de 50% dos pacientes com diabetes tipo 2 em tratamento estão atingindo o nível desejado de glicose no sangue, sendo que 40% apresentam complicações associadas à doença. Os dados fazem parte do Diabetes Impact Survey, um estudo encomendado pela Merck Sharp & Dohme com o objetivo de avaliar o impacto socioeconômico da doença. Os dados do estudo - baseados em entrevistas com 866 profissionais de saúde e 607 pacientes da Alemanha, França, Reino Unido, Canadá, México e Índia - revelam ainda que, nos últimos anos, os médicos receitaram mais terapias adicionais nos estágios iniciais de tratamento, como estratégia para retardar a progressão da doença.
- É importante reavaliar os protocolos de tratamento para assegurar que os pacientes recebam as mais efetivas terapias o mais cedo possível, atingindo os níveis desejáveis de glicose no sangue de forma a prevenir as complicações antes que se desenvolvam - frisa Anthony Barnett, professor de Medicina da Universidade Birmingham, na Inglaterra.
Os resultados demonstram ainda a necessidade crescente de combater o ônus econômico associado ao diabetes. A maior parte dos médicos entrevistados (75%) estimou o impacto econômico do diabetes em seu país abaixo de US$ 5 bilhões. No entanto, em muitos países o ônus excede de longe a estimativa. Por exemplo, no México os custos de diabetes são de US$ 15 bilhões e no Canadá são de US$ 9 bilhões.
O diabetes também representa um ônus significativo para os pacientes e suas famílias. Um entre 10 pacientes entrevistados foi internado devido ao diabetes nos últimos 12 meses; um entre cinco informa que sua capacidade de trabalhar foi afetada; um entre seis informa que não está trabalhando no momento ou parou de trabalhar devido à doença; e três entre quatro declaram que foram afetados financeiramente como resultado da doença.

Os médicos ouvidos na pesquisa apontaram a hipoglicemia (84%) e o ganho de peso (69%) como as principais barreiras a serem contornadas na hora de escolher um tratamento. Segundo os profissionais, 39% de seus pacientes fazem dieta e exercício e usam dois ou mais medicamentos, enquanto 31% fazem dieta e exercício, tomam injeções de insulina e usam medicamentos.
A pesquisa revelou ainda que 37% dos médicos acreditam que seus pacientes regularmente esquecem de tomar uma dose. A maioria dos pacientes entrevistados aponta a ingestão de muitos comprimidos ao dia e o medo dos efeitos colaterais como as principais causas para a não adesão ao tratamento. A maioria dos pacientes concorda que medicamentos de dose única diária seriam de grande ajuda na adesão ao tratamento.

O Globo
Publicado em 12/02/09

Comentários

  1. Fica muito dificil controlar algo que está sobe constante mudança a cada refeição realizada. A insulina atua mecanicamente no corpo dos diabéticos, infelizmente!

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