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Variedade de produtos permite a diabético levar vida tranquila, sem fugir de doces e balas


A ideia de que o diabético precisa ficar longe de doces e balas passa a ser um conceito do passado. A indústria alimentícia tem expandido o mercado nesse setor, oferecendo uma gama de produtos que contempla de mousses a geleias, satisfazendo os desejos de quem precisa manter o nível de glicose controlado.

Em Brasília, Danielle Marinos, proprietária de uma loja especializada em alimentos para diabéticos e para os que procuram seguir uma dieta saudável, diz que a variedade de itens existente no mercado permite ao portador de diabetes levar uma vida tranquila, desde que faça uso moderado dos produtos.

“A quantidade de produtos encontrados hoje permite a cada um fazer suas escolhas, seja para comer doces ou qualquer outro alimento, desde que o consumo seja feito em doses adequadas", afirma Danielle, que é diabética. Ela alerta, porém, que o consumo desses produtos deve ser sempre acompanhado pela dieta do médico.

O analista de sistemas José de Queiroz, que descobriu há três anos ser diabético, incorporou tais alimentos a seu dia a dia, mas afirma que os produtos comercializados em lojas especializadas são mais caros. “Costumo comprar alimentos dietéticos, mas geralmente em supermercados, porque têm preços mais acessíveis." Queiroz acredita que o consumo desses produtos contribui para uma alimentação mais controlada e saudável.

A variedade de produtos voltados para o diabético não se prende apenas ao gosto, mas ao visual. Há 20 anos a nutricionista Flora Lys começou a desenvolver doces que pessoas portadores da doença pudessem apreciar tanto pelo sabor quanto pelo aspecto estético. Ela conta que percebeu, a partir do histórico de pessoas da família o quanto era difícil manter uma dieta saudável longe dos doces.

“A ideia é despertar nas pessoas o desejo de comer de forma saudável, com alegria, e não apenas satisfazê-las oferecendo um doce sem açúcar. Se eu quiser comer um doce, algo que possa me dar prazer e que tenha menos gordura, vou optar por isso. Isso é saudável para qualquer pessoa", afirma a nutricionista. No entanto, acrescenta, é importante lembrar que tais produtos são saudáveis e bem-vindos à medida que compõem uma cesta alimentar adequada.

Apesar da diversidade de produtos específicos para diabéticos, o presidente da Associação Brasileira de Diabetes no Distrito Federal, José Peniche, alerta que a oferta ainda está longe do ideal, pois a maioria deles não chega a todos os níveis da população. “Não somos contra os alimentos dietéticos ou light para as pessoas que têm interesse em controlar o peso, mas, pelo fato de terem um custo elevado, não são acessíveis à população de uma forma geral."

O ideal, segundo o médico, é orientar a todos para manter hábitos alimentares adequados, sem usar alimentos extras, que mais prejudicam do que ajudam. Peniche enfatiza que a dieta alimentar de todas as pessoas deve ser baseada na alimentação de um diabético: rica em frutas, verduras e legumes.

A nutricionista Flora Lys ressalta que comer em volumes menores e com mais frequência evita que a pessoa tenha picos de glicose, além de colaborar para uma boa digestão.

Um cálculo rápido feito em uma loja especializada em alimentos para diabéticos revelou que, se uma pessoa quiser incorporar produtos dietéticos como cereais, adoçantes e sorvetes à sua dieta diária terá um custo médio de R$ 300 mensais.

Nádia Franco
Agência Brasil - Brasília

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