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Brasileiros comem mais açúcar e menos frutas e hortaliças que o recomendado

O consumo de frutas e hortaliças nos domicílios brasileiros não passa de um quarto das recomendações dos nutricionistas, enquanto a ingestão de açúcar representa 16,4% das calorias totais das famílias, sendo que a orientação é não ultrapassar 10%. Isso é o que mostra a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009, divulgada nesta quinta-feira (16) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A pesquisa também mostra que o consumo de gordura nas residências brasileiras, que representa 29% das calorias totais, está bem próximo do máximo recomendado, de 30%. Nas Regiões Sul e Sudeste, porém, o limite já foi ultrapassado, com 31% e 32%, respectivamente.

O aumento do consumo de lipídios pode ser explicado, em parte, pela aquisição maior de misturas industrializadas, algo que foi registrado em todos os estratos. Nas famílias com renda mais baixa, a aquisição desse tipo de alimento praticamente dobrou, passando de 1,1% para 2,1% do total de calorias, em comparação com a pesquisa anterior, de 2002-2003. Já nos domicílios com rendimento mais alto, o aumento foi de 25%.

Os dados deixam claro que o consumo de gordura aumenta e o de carboidratos diminui de acordo com a melhora no rendimento das famílias. O limite máximo recomendado para as gorduras saturadas (10% das calorias totais) é quase alcançado na classe de renda mensal de dez a 15 salários mínimos (9,5%) e ultrapassado na classe de mais de 15 salários mínimos (10,6% das calorias totais).

A proporção mínima recomendada de 55% de carboidratos não se cumpre para as famílias com renda mensal superior a 15 salários mínimos. Para piorar, cerca de 30% dos carboidratos da dieta nesta faixa de renda correspondem a açúcares livres (açúcar de mesa, rapadura, mel e açúcares adicionados a alimentos processados), em vez de açúcares provenientes de massas, grãos e frutas.

A POF 2008-2009 mostra que a disponibilidade domiciliar média de alimentos corresponde a 1.611 calorias diárias por pessoa, sendo 1.536 calorias no meio urbano e 1.973 calorias no rural. Isso não significa que esse seja o total de calorias consumido no dia, já que a pesquisa não leva em conta o que se come fora de casa. Em relação ao levantamento anterior, houve uma redução de 180 calorias.

Menos arroz, feijão e farinha

A análise da evolução de consumo de produtos individualmente permite concluir que a mesa do brasileiro hoje conta com menos arroz e feijão, tradição que costuma ser elogiada pelos nutricionistas. A média per capita de arroz polido adquirido caiu de 24,6 kg para 14,6 kg (queda de 40,5%), enquanto a de feijão passou de 12,4 Kg para 9,1 Kg (redução de 26,4%).

A aquisição de açúcar refinado caiu de 6,1 kg per capita para 3,2 kg (redução de 48,3%). Também houve queda na aquisição de farinha de trigo (33,2%) e de mandioca (31,4%).

Entre os produtos que apresentaram maior aumento per capita estão o refrigerante de cola (39,3%), a água mineral (27,5%) e a cerveja (23,2%).

Como é o prato do brasileiro em casa (Fonte: IBGE)

Macronutrientes Participação relativa no total de calorias (2002-2003) Participação relativa no total de calorias (2008-2009) Proporção recomendada
Carboidratos 60,6% 59,2% entre 55% e 75%
Açúcares livres 16,4% 16,4& até 10%
Demais carboidratos 44,1% 42,9% -
Proteínas 11,6% 12,1% entre 10% a 15%
Animais 6,1% 6,7% -
Vegetais 5,5% 5,4% -
Lipídios 27,8% 28,7% entre 15% e 30%
Ácidos graxos monoinsaturados 8,7% 9,2% -
Ácidos graxos poli-insaturados 9,2% 9,2% -
Ácidos graxos saturados 7,9% 8,3% até 10%

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