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O diagnóstico do diabetes

A maior parte dos diabéticos cresce com o dilema de ouvir os pais apresentando os filhos: "Este é o Marcelo, super estudioso; este outro aqui é o Marcos, um docede garoto; e este aqui é o diabético…!!" Que beleza! Sou diabética. Mas também sou estudiosa, trabalho a beça, sou carinhosa com a minha família e com os meus amigos (não é que eu consigo ter amigos?) e também sofro, principalmente quando brigo com o meu namorado ou com meus amigos, como qualquer outra pessoa. Muitos não conseguem esconder o dó e a incredulidade quando me falam: "Você é diabética? Mas você parece tão saudável! Nunca pude imaginar!"E acreditem: tenho uma vida normal. E cuido com muito carinho do meu diabetes. Deixo meu glicosímetro sempre do lado da cama, assim, antes de dar tempo de esquecer, faço o meu teste, pra dar uma olhada como está a minha glicemia. Ainda antes de sair do quarto faço a aplicação da minha insulina, e aí sim vou me preocupar em escovar os dentes, escolher roupa e me trocar, pra só então tomar meu café da manhã. Faço natação, antes do trabalho, três vezes por semana. No meio da manhã, seja no escritório, seja dando palestras ou trabalhando fora, é hora do segundo teste e não dá pra esquecer do lanchinho (sempre dá tempo pra, pelo menos, duas bolachas água e sal…). Antes do almoço tem mais um teste. É muito comum se utilizar uma dose e insulina caprichada imaginando que se vai comer feijoada e, por um outro motivo, acabar só comendo a couve refogada e não consegue escapar da hipo, então só aplico minha insulina quando tenho certeza absoluta do que vou comer. No fim da tarde, quando saio do trabalho, antes de enfrentar o trânsito na volta pra casa, faço mais um teste e deixo sempre o lanchinho da tarde pra comer (e não enlouquecer) no trânsito de São Paulo! Nem sempre vou do trabalho direto pra casa, muitas vezes não consigo recusar o convite dos amigos para o happy hour ou uma passagem em um barzinho, mas o que uma diabética faz quando vai com os amigos a um barzinho? Divirto-me!!! Como qualquer outra pessoa! E aprendi a escolher as melhores (mais adequadas) opções do cardápio. Antes do jantar, o quinto teste do dia, que vai me dar ajuda na determinação da dosagem da insulina. E antes de avançar na refeição, tomo meu banho pra relaxar de todo o stress do dia, além de dar tempo pra insulina iniciar sua ação. Pra dormir com os anjos, faço o último teste, que me deixa segura de que nada de errado ai atrapalhar o meu descanso e o da minha família. E não consigo esquecer do copo de leite antes de deitar e de deixar minha pastilha de glicose sempre do lado da cama. O dia a dia do diabético pode e deve ser vivido normalmente. O diabético deve estudar, trabalhar, praticar esportes e divertir-se como todo mundo. Deve, também, fazer sua medicação no horário planejado e o controle (glicemia: verificação do açúcar no sangue ou glicosúria: verificação de açucar na urina) de acordo com a prescrição médica. O diabetes controlado não é somente manter a taxa glicêmica sempre abaixo de 140mg/dl e sim ter consciência ou o conhecimento de que a sua taxa está eleva- da, você sabe o motivo e sabe corrigi-la da melhor forma e o mais rapidamente possível. Diariamente Deve: Jamais esquecer o horário da medicação (para o Diabetes não tem feriado!). Fazer o maior número de testes que o seu bolso e a sua sanidade permitirem. Não pular ou deixar de fazer refeições, por qualquer que seja o motivo. Praticar atividades físicas regularmente, nem que seja dar uma volta no quarteirão. Além de tudo isso, o diabético deve manter a agenda sempre em dia, visitando: 1. Endocrinologista ao menos 3x ao ano 2. Oftalmologista ao menos 1x ao ano 3. Dentista ao menos 1x ao ano 4. Nutricionista ao menos 2x ao ano.

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