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Aspirina pode evitar o aparecimento de diabetes tipo II

Estudo conduzido ao longo de 22 anos mostra que a diminuição do risco gira em torno de 14%. Tais dados, entretanto, não indicam que as pessoas devam usar aspirina por conta própria, já que todo medicamento deve ter a sua escolha definida por orientação médica.

Pesquisadores do Japão e dos Estados Unidos acreditam que, entre os benefícios da aspirina, possa ser acrescentada uma contribuição para a diminuição de a pessoa vir a ter diabetes tipo 2 (adquirida). Hayashino, Hennekens e Kurth, de universidades da Flórida e Boston (EUA) e de Kyoto (Japão), usaram dados do Physician's Health Study, com 22 anos de acompanhamento, e mais 5 anos de estudo com uso aleatório de aspirina, de 22.071 homens aparentemente saudáveis.
De acordo com artigo que aguarda para ser publicado no American Journal of Medicine, os participantes responderam, no inicio e a cada ano do estudo, questionários sobre uso de aspirina, aparecimento de diabetes e estilo de vida. “Durante os 22 anos do acompanhamento houve 1719 casos de diabetes relatados pelos participantes”, escrevem os autores. De acordo com os dados, então, a taxa ajustada de risco para aqueles que utilizaram por conta própria a aspirina foi de 0,86%. Já ao longo dos 5 anos do estudo aleatório, em que os participantes receberam aspirina ou não, foram observados 318 casos de diabetes e a taxa de risco de desenvolver a doença para aqueles que usaram a aspirina foi de 0,91%.
Os pesquisadores concluem, no texto, que ao longo de cinco anos, a diminuição do risco de diabetes, para quem tomou aspirina, existiu, mas não foi significativa. Entretanto, “esta tendência continuou ao longo de 22 anos de acompanhamento, o que indica que qualquer uso voluntário de aspirina está associado com uma diminuição significante de aproximadamente 14% no risco de diabetes”, argumentam assinalando que “ a diminuição do risco do diabetes do tipo 2 pode ser adicionada à lista de benefícios clínicos da aspirina”. Os pesquisadores declaram com relação a conflito de interesses que são detentores de patentes de dispositivos médicos e ligados à vários órgãos de pesquisa e avaliação de industrias farmacêuticas e também a comitês independentes e/ou oficiais de avaliação de medicamentos, entre eles, o National Health Institute, FDA e National Association for Continuing Education. Informam também que o estudo foi feito com recursos do National Cancer Institute, do National Heart Lung e do Blood Institute de Bethesda, em Maryland, mas que não houve participação destas instituições na metodologia da pesquisa.

Agência Notisa - Science Journalism (jornalismo científico)

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