
No estudo publicado hoje na Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), os pesquisadores utilizaram embriões de suínos com 42 dias de vida. "A chance de uma rejeição é bem menor com embriões", explica Yair Reisner, do Instituto de Ciência Weizmann. A intuição inicial surgiu de uma observação simples: o corpo dos filhos não causa rejeição no útero das mães. Cada tecido extraído de um embrião mede apenas um milímetro. Cerca de 60 fragmentos, retirados de doadores diferentes, são implantados no abdome de cada macaco.
Para evitar rejeição, são utilizados imunossupressores, drogas que inibem a resposta imunológica. Antivirais compensam o enfraquecimento das defesas do corpo. Quatro macacos foram transplantados. Dois morreram três meses depois por excesso de imunossupressores. Os pesquisadores resolveram diminuir a dose. Deu resultado: os demais viveram cerca de um ano e, no quinto mês, estavam curados da diabete: o pâncreas com células suínas voltou a funcionar.
Mesmo assim, a morte prematura dos primatas, causadas por infecções e pelos efeitos colaterais dos imunossupressores e antivirais, indica que a técnica precisa ser aperfeiçoada. A professora Valquíria Bueno, da Universidade Federal de São Paulo, aponta que os xenotransplantes são pouco estudados no País. "O maior problema não é a falta de doadores, mas a de infraestrutura", afirma Valquíria. "Mesmo assim, a técnica será importante no futuro."
Segurança
Para Tiago Collares, da Universidade Federal de Pelotas, a operação apresenta riscos: cerca de 70 agentes causadores de doenças em suínos poderiam contagiar humanos. Mesmo assim, considera que, com medidas sanitárias adequadas, os xenotransplantes podem ser seguros. "Imagino fazendas onde, com bioengenharia, são criados animais que produzem órgãos e remédios."
O Estado de S.Paulo & UOL
Ciência e Saúde
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