
Em um artigo do Journal of Nutrition, Tianying Wu, Walter C. Willett, e Edward Giovannucci da Escola de Saúde Pública de Harvard relatam que mulheres que ingerem quantidades elevadas de cálcio apresentaram níveis 20% mais baixos de C-peptídeo, um marcador dos níveis de insulina; por outro lado, também os homens com níveis altos de vitamina D apresentaram níveis mais baixos do marcador.
“Os resultados sugerem que a ingestão de cálcio ou o quadro de vitamina D sistêmica, depois do ajuste pela ingestão de laticínios, está associado à diminuição da secreção de insulina”, afirmam os pesquisadores.
O estudo está em linha com relatórios anteriores, inclusive com a meta-análise e revisão publicadas em 2007 no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism (Vol. 92, pp. 2017-2029), pela qual se descobriu que os dados de estudos de observação apresentaram uma “relação relativamente compatível” entre ingestões baixas de cálcio, vitamina D, ou ingestão de laticínios e diabetes tipo 2, sendo que, os níveis mais altos estavam associados a 64% de prevalência mais baixa da doença, e a 29% de prevalência mais baixa da síndrome metabólica entre indivíduos não negros.
Quando ingestões de cálcio e vitamina D foram administradas em conjunto, ainda assim foram observadas associações inversas, com a mais alta versus a mais baixa ingestão conjunta sendo relacionada com 18% de incidência mais baixa de diabetes.
D, Ca, ou laticínio?
O novo estudo utilizou dados de homens saudáveis que participaram de um Estudo de Acompanhamento de Profissionais da Saúde, e mulheres saudáveis que participaram do Estudo Nursers’ Health I. Foram mensuradas ingestões de cálcio total e vitamina D e níveis de hidroxivitamina D25 (25(OH)D) no sangue, a forma de armazenamento da vitamina D no organismo e níveis de C-peptídeo em jejum.
O c-peptídeo é frequentemente utilizado como medida do nível de insulina – a insulina é produzida pela separação da chamada pró-insulina, que forma uma molécula de insulina e uma de C-peptídeo.
Os pesquisadores de Boston relatam que os níveis de C-peptídeo foram 20% mais baixos nos homens com altos níveis de 25 (OH)D no sangue, mas tal associação não foi observada nas mulheres.
Por outro lado, níveis mais altos de cálcio foram associados a 20% de redução nos níveis de C-peptídeo em mulheres, e à redução de 17% nos homens, quando comparados àqueles com níveis mais baixos.
Quando Wi, Willett, e Giovannucci associaram a ingestão de cálcio e níveis de 25(OH) no sangue, notaram que os níveis mais altos estavam relacionados a níveis 35 e 12% mais baixos de C-peptídeo.
Entretanto, não foram observados benefícios quando os pesquisadores consideraram a ingestão de laticínios, resultado que está em desacordo com a meta–análise e revisão anteriores.
Diabetes – um problema sempre maior
Estima-se que 19 milhões de pessoas são afetadas pela diabetes na União Européia, o que equivale a 4% do total da população. Este número deverá crescer para 26 milhões em 2030.
Nos Estados Unidos, há mais de 20 milhões de pessoas com diabetes, equivalente a 7% da população. Estima-se que o total dos gastos com a doença seja da ordem de U$ 132 bilhões, sendo U$ 92 bilhões relativos a custos diretos com medicamentos, de acordo com os cálculos de 2002 da Associação de Diabetes Americana.
legal ajuda muito
ResponderExcluir