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Nova técnica de transplante de células tronco dispensa quimioterapia para pacientes diabéticos

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto desenvolveram uma nova técnica de combate ao diabetes tipo 1, a forma mais grave da doença, que dispensa o uso da quimioterapia. Com isso, além dos doentes escaparem de um tratamento sofrido, os médicos conseguem evitar os efeitos colaterais e encurtar o período de internação.

Até agora, os médicos retiravam as células do próprio paciente, que era então submetido a sessões de quimioterapia para eliminar a defesa imunológica do organismo. Depois de duas semanas, as células eram devolvidas ao paciente para reconstruir a defesa imunológica saudável. A nova técnica, ainda em fase de pesquisa, retira células tronco de parentes e injeta nos pacientes.

Pacientes
O estudante William Martins descobriu que tinha a doença há um ano. A mãe dele, Marli Martins, decidiu ser doadora e os dois entraram como voluntários da nova pesquisa, considerada um avanço no uso de células tronco. "Verificamos que era uma grande oportunidade, era o caminho que a gente estava esperando, uma luz no fim do túnel”, conta Marli.

Para o transplante de Martins, os cientistas retiram da mãe dele as chamadas células “mesenquimais” da medula óssea, que têm a função de combater as infecções do pâncreas, órgão responsável pela produção de insulina. No laboratório, as células são alimentadas com glicose e se multiplicam. Depois de seis semanas, são injetadas no paciente diabético.

“Depois que a célula é devolvida ao paciente ela interrompe a degeneração e reativa a produção de insulina pelo pâncreas”, diz a médica do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto Maria Carolina Oliveira Rodrigues. O processo de multiplicação em laboratório dessas células mesenquimais é bastante complexo e por enquanto, no Brasil, só é feito no Hemocentro de Ribeirão Preto.

O novo transplante foi feito em três pacientes do HC, que ainda estão em avaliação. Os médicos estão satisfeitos com os resultados apresentados até agora. "Um paciente que está sendo tratado há um ano, reduziu para um terço o uso de insulina”, informa Maria Carolina.

Martins lembra que ficou nervoso na primeira aplicação, mas hoje está tranquilo."Hoje, como pessoa, eu me sinto exatamente como quando eu não tinha diabetes."

Recrutamento
Os pesquisadores ainda recrutam voluntários para a pesquisa. O critério é que tenham entre 12 e 35 anos e descoberto a doença há menos de seis semanas.
O telefone é (16) 3602 2769

Comentários

  1. As pesquisas estão desenvolvendo graças a dedicação de profissionais competentes, única coisa que sinto é que os diabéticos com mais de 35 anos de idade e com doença há mais de 15 anos estão excluídos do tratamento dos diabéticos tipo I.

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