
A técnica milenar também pode ser auxiliar no tratamento do estresse. Períodos de estresse e fortes oscilações no humor podem interferir no comportamento da glicemia e a acupuntura pode ser uma ferramenta adicional para lidar com essas situações. Mas Verderame lembra que para lidar com situações emocionais que podem alterar significativamente o humor, o tratamento principal é a psicoterapia. A acupuntura poderia, nesses casos, funcionar como coadjuvante no tratamento.
Por ser uma técnica bastante eficaz no alívio da dor, a acupuntura pode ser uma aliada para diabéticos que tenham sofrido amputação e precisem adaptar-se a uma prótese. “A acupuntura pode ajudar no relaxamento muscular, o que é às vezes prejudicado pela presença de dor”, explica Verderame. Ele acrescenta que, se os nervos tiverem sido prejudicados pela neuropatia diabética, a acupuntura não será eficaz, uma vez que a técnica precisa que o sistema nervoso esteja intacto para funcionar.
“A acupuntura é bastante indicada no tratamento de patologias dolorosas, mas não tem efeito sobre nervos prejudicados em sua função”, destaca o médico.
Verderame explica que a técnica se baseia no princípio de que o corpo humano tem um conjunto de trajetos energéticos que não correspondem obrigatoriamente aos trajetos de vasos e nervos. Esses trajetos energéticos é que são percorridos pelas agulhas utilizadas na acupuntura com o objetivo de trazer à tona de forma equilibrada a energia vital, chamada de Qi em chinês, porque a falta ou o excesso de energia é que criam um campo apropriado para o surgimento de doenças.
A definição dos pontos a serem espetados com as agulhas é feita após uma consulta em que o médico procura recolher a maior quantidade possível de informações sobre o paciente e seus problemas. Cada sessão pode durar de 20 a 30 minutos e é geralmente realizada uma vez por semana, número que pode ser ampliado se o paciente estiver com dor.
As agulhas utilizadas na acupuntura são descartáveis, para impedir a contaminação por doenças como a hepatite ou a Aids. Há pacientes que possuem seus próprios jogos de agulhas. O material utilizado na sua confecção costuma ser o aço, mas existem algumas feitas em cobre, bronze ou mesmo ouro. São flexíveis e sua espessura gira em torno de 0,30 a 0,40 mm.
O acupunturista explica ainda que é possível que no começo da aplicação a pessoa sinta um pouco de dor em função da picada, porém esta cessa em pouco tempo, com uma sensação de adormecimento ou peso no local, sendo comum pacientes dormirem durante a sessão. A profundidade da penetração também é variável, em função do local de aplicação. Regiões como a da mão requerem aplicações de no máximo pouco mais de uma polegada, enquanto na região glútea, a do “bumbum”, onde há bastante músculo e pouca inervação, a aplicação tende a ser mais profunda.
“A acupuntura é bastante indicada como técnica analgésica, mesmo em conjunto com a administração de medicamentos, podendo haver uma sinergia com os efeitos do remédio”, explica Verderame, acrescentando que a técnica libera a produção de endorfinas, que são substâncias analgésicas produzidas pelo organismo. Ele reforça, entretanto, a afirmação de que essa não é uma terapêutica exclusiva, ou seja, não dispensa o uso da medicação indicada para cada patologia. No caso do diabético, a acupuntura não dispensa o uso de hipoglicemiantes, sejam eles orais ou insulina.
O médico lembra ainda que a acupuntura não apresenta contra-indicação. Em geral, a técnica só não é recomendada a hemofílicos, podendo ser utilizada sem receios em diabéticos com problemas de coagulação.
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