
Os obesos estão crescendo. Já são mais da metade do mundo industrializado. É uma epidemia, diz a Organização Mundial da Saúde. E não é de hoje.
"Nos últimos 20 anos houve um crescimento enorme da obesidade no mundo. Isso se deve à mudança de hábitos não só alimentares, mas uma vida sedentária, nas cidades grandes", explica o neurocirurgião Paulo Niemeyer.
No Brasil, 17 milhões de pessoas são obesas. Ou seja, 9,6% da nossa população estão muito acima do peso. Mais grave ainda: quatro milhões apresentam obesidade mórbida - o que significa: estão mais de 50 quilos acima do peso corporal ideal.
O que está em jogo não é o aspecto estético. É uma questão de saúde. A obesidade frequentemente leva a diabetes, problemas cardíacos, morte prematura. Só nos Estados Unidos, 300 mil pessoas morrem, por ano, em consequência de obesidade.
Mortes e problemas que poderão ser evitados, segundo os médicos, com uma cirurgia: a neuromodulação. Na área do cérebro que controla o apetite é inserido um eletrodo. Um cabo finíssimo é introduzido sob a pele e conectado a um marca-passo.
Os impulsos enviados ao cérebro liberam dopamina - um neurotransmissor que faz a pessoa sentir que está satisfeita e que não precisa comer além do necessário.
O doutor Niemeyer explica que esse tipo de cirurgia já é usado com sucesso contra outras doenças, como "mal de Parkinson, epilepsia, depressão, e até para alguns tipos de dor de cabeça".
O efeito pode ser visto em um paciente que sofre da doença de Parkinson. Os tremores desaparecem quando o eletrodo é acionado. A neuromodulação seria adequada para qualquer tipo de obeso?
"Não, absolutamente, até porque nem todo obeso é patológico. É preciso identificar quem tem um fundo compulsivo, um distúrbio emocional relacionado com alimentação. "Isso já vem sendo testado também para anorexia nervosa, com alguns pacientes operados no mundo", diz o neurocirurgião Paulo Niemeyer
Apesar dos bons resultados, o neurocirurgião avisa: esse tipo de cirurgia ainda está em fase experimental. Serão necessários, no mínimo, dois anos, até o procedimento ser totalmente aprovado.
Mas representa, desde já, uma esperança para quem não consegue controlar a fome e sofre as consequências disso.
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