
Quando a insulina começou a ser utilizada no controle do diabetes, pacientes que eram diagnosticados nos primeiros anos de vida chegavam à idade adulta com baixa estatura. Isso acontecia porque nos primórdios da insulinoterapia as insulinas eram de má qualidade e ainda não se conheciam as reais necessidades dos pacientes, relata Arrais.
O médico lembra que as necessidades de cada paciente variam individualmente e também no mesmo paciente em momentos diversos. “Isso mostra a importância de adequarmos a dose de insulina ao momento de crescimento”, enfatiza o médico, acrescentando que a estatura também é resultado de doença bem ou mal controlada.
Segundo o pediatra, o crescimento depende, em linhas gerais, de fatores genéticos, nutricionais, hormonais e psicossociais. O diabetes interfere diretamente nos fatores nutricionais e hormonais e indiretamente nos psicossociais. Dietas altamente restritivas, com baixas calorias e excesso de proteínas resultam em impacto negativo no crescimento e na função renal, porque muita proteína pode causar problemas aos rins. “Dietas com muita restrição também provocam efeitos sobre o emocional e prejudicam a qualidade de vida da pessoa”, diz Arrais.
No aspecto hormonal, o adolescente que está em crescimento sofre ainda os efeitos do hormônio do crescimento. Na puberdade, há interferência também dos hormônios sexuais, como a testosterona e o estrogênio. Como os hormônios se interrelacionam, é preciso, nessa fase, fazer ajustes freqüentes na dosagem da insulina para que o crescimento ocorra de forma ideal.
“As doses de insulina podem até dobrar nesse período, em comparação com a fase infantil”, informa o pediatra.
Para ajustar as doses, é preciso contar com registros constantes dos testes de glicemia e com o teste de A1C. Além disso, Arrais adverte que é necessário ficar atento aos aspectos emocionais, já que o adolescente muitas vezes passa por um período de negação da doença ou de negligência, como busca de afirmação ou de identificação com seu círculo de amizades.
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