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Pesquisa da UFRJ desenvolve novos derivados farmacológicos hipoglicemiantes

A Diabetes atinge cerca de 170 milhões de pessoas em todo o mundo e pode causar sérios problemas aos portadores se não tratada de maneira correta.

Os Laboratórios de Avaliação de Substâncias Bioativas e de Farmacologia Cardiovascular da UFRJ vêm estudando em conjunto a criação de novos fármacos alternativos ao tratamento atualmente utilizado para Diabetes Mellitus ou Tipo 1, causada por um fenômeno autoimune do corpo que provoca insuficiência de parte do pâncreas resultando em deficiência de insulina.

De acordo com a pesquisadora Gisele Zapata Sudo, do Laboratório de Farmacologia Cardiovascular do Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ, todos os fármacos utilizados para o tratamento do Diabetes Mellitus produzem efeitos colaterais e não impedem a evolução da doença, apresentando sempre associação com sérias complicações crônicas, por isso a necessidade na criação de alternativas a esses tratamentos.

“Através da descoberta racional de novos candidatos a fármacos hipoglicemiantes, capazes de modular o distúrbio metabólico, a miocardiopatia e a neuropatia consequentes ao Diabetes Mellitus (DM) haveria a possibilidade de desenvolver opções terapêuticas para o controle e tratamento do DM tipo 1 e tipo 2”, explica a médica.

A proposta da pesquisa é desenvolver novos derivados farmacológicos que reduziriam a glicemia em pacientes de Diabetes Mellitus. Já houve um resultado nesse sentido, mas o medicamento foi retirado do mercado devido à alta incidência de comprometimento cardíaco durante tratamento. O desafio agora é desenvolver novas substâncias a partir de outro perfil farmacológico, já que o anterior provocou efeitos adversos ao sistema cardiovascular do paciente.

Benefícios

A Diabetes é uma doença que traz consigo diversas complicações sérias como problemas nos vasos sanguíneos, no coração e no sistema nervoso, considerados dentre as 16 maiores causas de morte em países em desenvolvimento.

Para Gisele, com o aumento população com idade superior a 65 anos o custo do tratamento do DM também vem crescendo, devido ao aumento da incidência de complicações crônicas associadas à doença.

Além disso, a incidência de outras doenças como aterosclerose é duas a quatro vezes maior no paciente diabético e pode causar infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC), por exemplo.

Uma pesquisa relacionada ao desenvolvimento de fármacos que diminuem a incidência de efeitos colaterais potencializaria a qualidade de vida desses pacientes.

“A descoberta de novos fármacos para o tratamento do DM poderia aumentar a expectativa de vida e diminuir a necessidade de visitas e internações hospitalares, melhorando a qualidade de vida e diminuindo os gastos em saúde”, analisa Gisele.

O andamento da pesquisa

Segundo a pesquisadora, resultados recentes permitiram a identificação de uma nova série de derivado que promoveram redução da hiperglicemia quando administrados por via oral, em modelos de diabetes tipo 1 e tipo 2.

“Os pesquisadores envolvidos neste projeto visam a dar continuidade aos estudos iniciados objetivando a descoberta e o desenvolvimento de novos candidatos a fármacos antidiabetes capazes de atenuar e/ou retardar as complicações sistêmicas do diabetes”, analisa.

Ainda de acordo com a pesquisadora não existe previsão para o início do benefício aos pacientes: "um novo fármaco pode levar até 15 anos para ser desenvolvido até chegar ao uso clínico”.

MICHELLY ROSA
Agência da UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro - CCS

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