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Diabetes ameaça a sobrevivência de povos indígenas ao redor do mundo

A diabete ameaça a sobrevivência de povos indígenas ao redor do mundo se continuar aumentando no ritmo atual, alertaram especialistas do Instituto Internacional do Diabetes que participam de uma conferência sobre a doença em Melbourne, na Austrália.

"Sem uma ação urgente, existe certamente um risco real de um grande extermínio de comunidades indígenas, se não a total extinção, neste século", afirmou o professor Paul Zimmet, do Instituto Internacional do Diabetes.

Segundo os cientistas, hábitos ocidentais como o sedentarismo e dietas cheias de açúcar e gordura tem provocado um aumento da obesidade e da diabete do tipo 2 entre populações indígenas da Ásia, na região do Pacífico e nas Américas.

Os especialistas reunidos na Austrália pretendem elaborar um conjunto de medidas a ser apresentado à Organização das Nações Unidas (ONU), como parte dos esforços para controlar a epidemia, que Zimmet define como "a maior da história mundial".

Com 8 milhões de casos registrados a cada ano, a previsão é de que o número de diabéticos chegue a 250 milhões até 2050.

A diabete tipo 2, que geralmente se desenvolve em adultos, pode causar derrames, doenças do rim e aumentar o risco de problemas cardíacos.

Brasil

A diabete também começa a preocupar entidades ligadas à saúde indígena no Brasil. O coordenador do projeto Xingu da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Douglas Rodrigues, fez recentemente um trabalho em que destacava justamente o aumento da incidência de doenças "modernas" entre os índios do Xingu.

Em entrevista ao site da ONG Instituto Socio Ambiental (ISA), Rodrigues disse que o problema, que atinge os índios dos Estados Unidos desde a década de 1960, é atualmente uma "ameaça importante" nas aldeias do Xingu.

No entanto, Rodrigues destaca na entrevista que, no caso do Brasil, a obesidade e a diabete convivem com a desnutrição, especialmente infantil. Entre as doenças "modernas", ele também destaca a hipertensão e as doenças sexualmente transmissíveis.

Em Nauru, ilha do Pacífico com 10 mil pessoas, a diabete tipo 2 já afeta metade da população adulta.

O avanço da doença entre os grupos aborígenes do Pacífico é considerado rápido, especialmente levando-se em consideração que até a Segunda Guerra Mundial a doença era desconhecida no Pacífico.

"A rápida transição cultural ao longo de uma a duas gerações de muitas comunidades indígenas para uma dieta ocidental e estilo de vida sedentário levou a diabete a substituir doenças infecciosas como a ameaça número 1 à sua sobrevivência", disse o especialista em diabete Stewart Harris.

A incidência de diabete também é alta ente os índios dos Estados Unidos. Entre os Sioux e Prima, a taxa é de 45%. Na Austrália, a incidência no grupo Torres Strait Islanders, que vive no norte do país, é de 30%.

O professor Martin Silink, diretor da Fundação Internacional de Diabete, disse que povos indígenas são mais suscetíveis ao desenvolvimento do tipo 2 de diabete por causa da sua constituição genética.

Segundo os especialistas, populações que não têm acesso constante a alimentos tendem a armazenar mais gordura para períodos de escassez.

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