Pular para o conteúdo principal

Diabetes afeta 13 milhões de brasileiros, metade não sabe que tem a doença

Por vezes, a saúde quebra paradigmas. É comum que uma pessoa na terceira idade não esteja com o organismo funcionando a todo vapor, por exemplo. Muito se escuta, porém, sobre como os idosos estão ativos hoje em dia. Da mesma maneira, uma criança e um adolescente têm funções fisiológicas perfeitas, vitalidade, robustez. Acontece que, cada vez mais, doenças atribuídas aos mais velhos, como a diabetes, fazem parte da rotina infantil. Embora o Ministério da Saúde não tenha números oficiais sobre a incidência de diabetes nessa faixa etária no país, muitos estudos acadêmicos já mostram que a doença atinge pacientes cada vez mais jovens. Outro detalhe preocupante é que, de acordo com outros estudos, a diabetes ainda é subestimada. De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), 13 milhões de brasileiros têm diabetes, mas podem não saber disso: metade dos que já desenvolveram o distúrbio não conhece o diagnóstico.

Muitos desconhecem os principais sintomas e, principalmente, o real alcance da enfermidade. Uma pesquisa conduzida pelo Instituto Ipsos em maio deste ano mostrou que 10% da população brasileira fazem parte de um grupo de risco para o diabetes. Desses, 60% não têm ideia de que têm muitas chances de adoecer. E o mais alarmante: dos que estão na iminência de ficarem diabéticos e não sabem disso, 73% considera nada ou pouco provável ter a doença em algum momento da vida. Talvez os números reflitam um certo desconhecimento sobre os pormenores do problema, já que 41% associaram o mal à velhice. É um erro. O número de casos é crescente em jovens, como Luís Eduardo, 23 anos, e em crianças.

Luís foi diagnosticado aos 12 anos, porém os sintomas apareceram alguns anos antes. Aos 9 anos, tinha a alimentação desregrada, quase exclusivamente composta por doces. Frutas e verduras, claro, não faziam parte do cardápio. Exercícios físicos também não eram muito a praia de Luís. Aos 11 anos, ele começou a jogar basquete, para tentar perder todo o sobrepeso que adquiriu com a rotina preguiçosa. “Perdi peso muito rapidamente nessa época”, relembra. O emagrecimento foi tão rápido que parecia suspeito. Quem viu primeiro que o menino andava “esquisito” foi a avó. “Eu estava muito enfatigado, desidratado, acordando muitas vezes à noite para fazer xixi”, enumera o estudante. “Sempre muito cansado, e todos relacionavam isso ao basquete.”

Um em cada 10 brasileiros está no grupo de risco para a doença e metade dos que já desenvolveram o mal não foi diagnosticada. Pesquisa mostra que 41% associam o distúrbio à velhice. É um erro. O número de casos é crescente em jovens, como Luís Eduardo, 23 anos, e em crianças.


Após uma tarde na casa da avó, se empanturrando de doces e guloseimas, ela aconselhou aos pais de Luís que talvez fosse melhor levá-lo ao médico. Luís fez um exame de sangue e foi mandado de volta para casa. “Cheguei e tomei um copo de leite com chocolate quente, para poder dormir mais facilmente”, conta. “Só me lembro de apagar e acordar no hospital.” De madrugada, os médicos ligaram para a família para revelar o resultado do exame: a glicemia de Luís estava em 600 miligramas de açúcar por decilítro de sangue (mg/dL). Uma pessoa saudável, em jejum de oito horas, apresenta nível glicêmico igual ou inferior a 99. “Isso tudo sem contar o leite com chocolate”, completa. “Passei um mês internado, me reidratando e me adaptando aos novos padrões alimentares e à insulina.”

A partir desse dia, tudo mudou. Dentro de casa, os pais, que também não conheciam a diabetes a fundo, também procuraram se adaptar. O açúcar do suco e do café foi substituído por adoçante, refrigerantes normais trocados pela versão diet e as sobremesas incrementadas feitas pela avó foram inovadas com aspartame. “Você tem que mudar muita coisa. Mas precisa mudar exatamente porque os padrões que você vai adquirindo é que não são compatíveis com uma vida saudável”, analisa Luís. “Você é forçado a levar uma vida que todos deveriam levar.” A doença, inclusive, serviu como inspiração para a escolha da futura profissão. Hoje estudante de nutrição da UnB, Luís quer usar seus conhecimentos para ajudar pessoas que passam pelo mesmo problema. “Ver meu pai buscando informações para me ajudar foi muito motivador”, explica.

10% dos brasileiros, ou 13 milhões de pessoas, têm diabetes, seja a tipo 1, 2, seja gestacional

Segundo a Federação Internacional de Diabetes, 4,8 milhões de pessoas morreram em decorrência da diabetes em 2012

70% acham uma doença grave

27% acreditam que a diabetes pode ser grave, mas nem sempre

86% acham que a vida pode ser normal, desde que o paciente se cuide

89% estão informados de que podem ter e não saber

69% sabem que a criança diabética pode praticar exercícios

82% sabem que a diabetes não é contagiosa ou infecciosa

59% acham que a doença pode desaparecer se a pessoa passar a levar uma vida mais saudável

Extraída originalmente do site Uai.

Comentários

Postar um comentário

O GAAD Brasil - Grupo de Apoio aos Amigos Diabéticos fica muito feliz em saber que nosso esforço e dedicação à informação deixa pessoas como você satisfeitas em comentar este assunto!

Obs.: As opiniões e textos expressos publicados nos comentários, são de responsabilidade daqueles que a assinam (ou de seu IP).

Postagens mais visitadas deste blog

Quais os direitos dos portadores de diabetes no Brasil?

Organizações de todo o Brasil há muitos anos vem se preocupando em esclarecer aos portadores de diabetes, familiares e comunidade em geral, que os cuidados com a diabetes envolvem a educação em diabetes, o tratamento adequado e o conseqüente acesso ao mesmo. A saúde é direito de todos e dever do Estado , segundo determina nossa Constituição Federal ( artigo 196 e seguintes), chamada de constituição cidadã, e a Lei Orgânica da Saúde, Lei 8080/90 (artigo 7º,I). Nesse sentido, qualquer cidadão tem o direito de ser atendido pelo sistema público de saúde sempre que necessário para a proteção ou recuperação de sua saúde . Uma das diretrizes do SUS – Sistema Único de Saúde é justamente o atendimento integral, que consiste no fornecimento tanto das ações e serviços de saúde preventivos como dos assistenciais ou curativos (artigo 198, II da Constituição Federal; artigos 5º, II e 7º, II da Lei 8080/90). Sabemos que colocar isto em prática não é fácil para o cidadão. O atendimento e a bus

ALIMENTOS - MITOS E VERDADES PARA OS DIABÉTICOS

Muitas pessoas acreditam que o fato de um alimento ser natural significa que é seguro e eficiente. Vejamos alguns exemplos de mitos e verdades a respeito deles. Mitos Diabético não pode comer beterraba; Diabético não pode comer batata e arroz junto; Diabético não pode comer arroz e macarrão; O diabético não deve comer caqui, pois é muito doce; Substituir o leite por café; Caldo de cana e água de coco são naturais, portanto o diabético pode beber a vontade; Água tônica é amarga e o diabético pode beber sem problemas; Suco de fruta é natural, portanto o diabético deve usar e abusar; Açúcar causa diabetes; Não beber refrigerante dietético; Beber muita água dá diabetes; O diabético não pode comer aipim e nem farofa; Banana faz mal ao diabético; Mel e açúcar mascavo são naturais. Sendo assim, diabético pode usar; Fritura faz mal, mas se

10 coisas que você precisa saber sobre o diabetes

  O diabetes se caracteriza pela deficiência de produção e/ou de ação da insulina. O diabetes tipo 1 é resultante da destruição autoimune das células produtoras de insulina. O diagnóstico desse tipo de diabetes acontece, em geral, durante a infância e a adolescência, mas pode também ocorrer em outras faixas etárias. Já no diabetes tipo 2, o pâncreas produz insulina, mas há incapacidade de absorção das células musculares e adiposas. Esse tipo de diabetes é mais comum em pessoas com mais de 40 anos, acima do peso, sedentárias, sem hábitos saudáveis de alimentação, mas também pode ocorrer em jovens. Confira 10 coisas que você precisa saber sobre os dois tipos mais comuns de diabetes: 1. No tratamento do diabetes, o ideal é que a glicose fique entre 70 e 100mg/dL.  A partir de 100mg/dL  em jejum ou 140mg/dL duas horas após as refeições, considera-se hiperglicemia e, abaixo de 70mg/dL, hipoglicemia. Se a glicose permanecer alta demais por muito tempo, haverá mais possibilidade de