
Com o objetivo de buscar novas soluções no combate ao crescimento expressivo do Diabetes no país, os cirurgiões Luiz Vicente Berti e Ricardo Cohen coordenaram a maior pesquisa sobre a doença já realizada no país. Feito pela Toledo & Associados junto a 11.528 domicílios, o estudo entrevistou 1.275 pessoas nas cinco regiões do país. A pesquisa revela um dado alarmante: o gasto médio mensal com a doença é de R$ 107,08, o que representa um custo aproximado de R$ 817 milhões/mês. Mesmo diante desse quadro clínico, o estudo aponta que 55% dos diabéticos vão ao médico apenas uma vez a cada seis meses. “A dificuldade para conseguir agendar consultas faz com que os pacientes façam um acompanhamento precário da doença, o que acaba dificultando o controle do diabetes”, afirma Dr. Luiz Vicente Berti, um dos coordenadores do estudo.
A pesquisa aponta que dos 21 milhões de diabéticos no país, cerca de 8 milhões consomem insulina, o que representa um dos estágios mais avançados da doença. “É preocupante observarmos que, mesmo utilizando insulina, 39% dos entrevistados afirmam não conseguirem resultados positivos com o uso de medicamentos”, afirma dr. Ricardo Cohen, que também coordenou a pesquisa.
O desconforto em relação ao uso da insulina também é ressaltado entre os doentes. A utilização do medicamento é considerado desagradável por 71,5% dos diabéticos e mais de 1 milhão de entrevistados afirmaram ter sofrido preconceito por causa da doença em ambientes sociais e no trabalho.
Cirurgia do diabetes - Em busca de novas alternativas de tratamento para a doença, há uma opção promissora que vem ganhando força na comunidade científica. Em novembro, o Brasil foi sede do I Simpósio Internacional de Cirurgia do Diabetes, evento inédito no mundo que reuniu especialistas nacionais e internacionais. “O Brasil está na vanguarda do conhecimento deste tipo de procedimento, com resultados extremamente positivos. Aproximadamente 65% dos pacientes que já passaram pelo procedimento conseguiram controlar a doença”, ressalta Dr. Cohen. “Estamos avançando rapidamente na consolidação de estudos científicos sobre esta cirurgia e já podemos considerar o procedimento como uma alternativa promissora para o tratamento desta doença”, afirma dr. Berti.
A pesquisa aponta que cerca de 11% da população tem diabetes, sendo 19,5% com diabetes tipo 1 e 78,7% com diabetes tipo 2. Desse universo, 69,3% são mulheres e 30,7% são homens, sendo que 59,% têm entre 56 e 75 anos. Uma constatação que desperta interesse é que a maioria dos diabéticos não são obesos, 67,6% têm peso normal (IMC de 18,5 a 24,9) ou sobrepeso (IMC de 25 a 29,9). A pesquisa revela que nem sempre há relação entre a obesidade e o diabetes, muitos pacientes que sofrem com a doença estão dentro dos limites de peso considerados normais ou poucos quilos acima do ideal
Ainda sobre o perfil do diabético, 60,6% deles são casados, 42% têm baixa escolaridade e cerca de 78% estão nas classes C, D e E. Geograficamente, a região Norte lidera o número de casos com 13,49%, seguido pela região Sul (13,23), Nordeste (13,19), Sudeste (10,31%) e Centro-Oeste (8,52%). Entre as doenças associadas ao diabetes, a hipertensão predomina em 68% dos diabéticos, seguido pelo colesterol (39%), doenças no joelho (31%), doenças vasculares (28%), depressão (17%) e doenças cardíacas (13%).
Pesquisa - Realizada em 11.528 residências de diversos municípios espalhados por todo país, a Toledo & Associados entrevistou pessoas pertencentes às classes A/B/C/D/E, com idades entre 18 e 75 anos, residentes nas capitais, regiões metropolitanas ou Interior, nas 5 regiões do país. O trabalho garante uma amostra representativa da população brasileira, sendo o número amostrado de indivíduos em cada cidade proporcional à população residente no município em questão. Os números revelam o perfil dos diabéticos em nível nacional, divididos por região, de acordo com idade, estado civil, escolaridade e classe social.
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